segunda-feira, 22 de junho de 2015

Como funciona e para quê serve o sensoriamento remoto?



O sensoriamento remoto é um conjunto de atividades que permitem a obtenção de informações da superfície da Terra. Tal ferramenta vem influenciando de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Rural. 

O que é o sensoriamento remoto?


Segundo ZEILHOFER "Sensoriamento Remoto descreve técnicas e métodos para aquisição de informações sobre objetos ou fenômenos sem que haja contato direto entre eles através de sensores. Estes sensores remotos podem ser sistemas fotográficos (fotos aéreas) ou óptico-eletrônicos (imagens de satélite)". Para MORAES "Sensoriamento Remoto pode ser entendido como um conjunto de atividades que permitem a obtenção de informações dos objetos que compõem a superfície terrestre sem a necessidade de contato direto com os mesmos". 

As técnicas utilizadas no desenvolvimento do sensoriamento remoto estão ligadas a evolução da fotografia e das tecnologias espaciais. As fotografias aéreas foram o primeiro produto do sensoriamento remoto, os métodos e técnicas referentes a fotogrametria e a fotointerpretação são muito antigos e portanto anteriores ao termo sensoriamento remoto. Com o avanço da ciência espacial, as tecnologias empregadas se modificaram, permitindo a construção de satélites artificiais. Estes possibilitaram aperfeiçoar a captação e interpretação das informações contidas na superfície da terrestre, através de imagens produzidas por sensores.

Fotografias aéreas


  • Em 1860 o norte-americano James Wallace Black foi o primeiro a ter sucesso com fotos aéreas de qualidade com uso de balões (figura 1);

Figura 1: Fotografia área da cidade de Boston em 1860 através de uma balão de ar quente. Fonte: The Metropolitan Museum of Art - New York.

  • Em maio de 1888, o fotógrafo inglês Arthur Batut (figura 2) acoplou uma câmera em uma pipa e montou um sistema improvisado que avisava a conclusão do disparo;

Figura 2: Labruguière, França através de uma máquina acoplada a uma pipa. Fonte: Studio Batut .
  • Utilizando pombos correio em 1908, o alemão Julio Neubronner (figura 3) patenteia o uso de pombos fotógrafos;

Figura 3: Julio Neubronner e pombo fotógrafo. Fonte: Photography News.

Com o advento do avião, os processos e a dinâmica nos levantamentos aerofotográficos foram transformados de modo que, o uso de balões, pipas e pombos se tornaram tecnologias ultrapassadas. 

  • As fotografias coloridas se tornaram disponíveis a partir de 1930;
  • Com o início da 2ª Grande Guerra (1939 - 1945), teve início o uso de filmes sensíveis ao infravermelho para a detecção de camuflagem;
  • Em 1956 foram iniciadas as primeiras aplicações de fotografias aéreas para o mapeamento de formações vegetais nos Estados Unidos;
  • No Brasil datam de 1958 as primeiras fotografias aéreas com o propósito de levantar as características da Bacia do Rio Paraíba.
Mesmo com a invenção do satélite de imageamento terrestre, as técnicas e ferramentas utilizadas para levantamentos aerofotogramétricos continuaram evoluindo, sendo ainda utilizados em larga escala para diversas aplicações.

Imagens de Satélite


A constante evolução da tecnologia espacial permitiu o desenvolvimento de satélites de diversos tipos para uma infinidade de aplicações. Entre eles estão os satélites de comunicação, navegação, meteorologia, militar, exploração do universo e observação da Terra. 

Os satélites de observação da Terra são utilizados para uma infinidade de aplicações, sendo seus principais usos para fins de imageamento terrestre e meteorologia. 

Não há cobertura aerofotográfica total da superfície do planeta e, para obtenção de fotografias de regiões ainda não levantadas, é necessária a contratação de empresas particulares especializadas no ramo. No caso das imagens de satélite, dependendo da resolução pretendida, podem ser obtidas gratuitamente via Internet. Por isso as imagens produzidas pelo sensor/satélite são mais interessantes do ponto de vista econômico.  

Princípios e aplicações do sensoriamento remoto